O pequeno povoado de Franco ( Cocal ) ficou conhecido nacionalmente depois de desaparecer pela força da água
Há exatos quatro anos, o Piauí e o Brasil acompanharam perplexos uma das maiores tragédias do estado: o rompimento da barragem de Algodões, que ocorreu precisamente às 16h10 do dia 27 de maio de 2009. As águas que invadiram os povoados localizados ao redor da barragem, destruíram tudo que havia pela frente, vitimando nove pessoas e mais de 30 mil animais mortos.
Nesses quatro anos de tragédia, pouca coisa mudou na vida das pessoas que perderam tudo que tinham e até mesmo entes queridos. O povoado Franco foi o mais atingindo pela tragédia e até hoje não foi recuperado, lembra o cenário de uma cidade fantasma vista nos filmes. As famílias que vivem no local ainda tentam recuperar os bens perdidos que vão desde suas casas até as criações de animais, principal fonte de renda.
O Governo do Estado, considerado pela Justiça como o responsável pelo ocorrido, foi condenado a pagar a liminar de alimentos correspondente a R$ 60,00 por mês por pessoa adulta da família, valor este que deve ser acrescido de mais R$ 30,00 por cada filho menor de 18 anos que compõe a unidade familiar vitimada. E ainda de R$ 58,00 por unidade familiar a cada uma das vítimas relacionadas pela Avaliação de Danos do Sistema Nacional de Defesa Civil.
A decisão é da juíza Maria do Socorro Ivani de Vasconcelos, da Comarca de Cocal, que reconheceu a responsabilidade do Estado do Piauí e da Emgerpi por danos materiais emergentes e cessantes, bem como por danos morais. Valor muito pequeno se comparado ao tamanho do estrago que a tragédia causou a essas pessoas e as vidas humanas que se foram.
A barragem de Algodões que segura o rio Pirangi fica próximo à divisa entre os Estados do Ceará e Piauí, localizada no povoado de Algodões (daí o nome dado à barragem). Com o rompimento, a água seguiu para o povoado Franco, afetando depois os povoados de Cruizinha, Boiba, Frecheira, Tabuleiro, Angico Branco, Estreito, Gado Bravo, Dom Bosco, Boa Vista e Gameleira.
Hoje o Municipio de Cocal e Buriti dos Lopes, que também teve grandes percas e prejuizos com a extensão do curso das águas, estão de LUTO por mais um ano que se passa dessa grande tragédia. Muitas pessoas estão concentradas em orações para continuarem firmes em busca do que ainda lhe restam para a melhoria de suas vidas. Fica aqui os nossos sentimentos e a torcida para que se cumpra o que se foi prometido pelos responsáveis, não como uma maneira de trazer de volta as vidas que se foram, os bens materiais que se perderam mas dar a essas pessoas a esperança de dias melhores e o conforto que cada um de nós merecemos como digno cidadãos que somos.
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